Pina: o filme
Seguindo com nossas indicações de documentários que valem a pena assistir, trazemos Pina.
O documentário da grande coreógrafa e dançarina alemã, Pina Bausch foi dirigido pelo também consagrado Wim Wenders. Sendo seu conterrâneo e amigo de longa data, foi genial em sua originalidade e beleza ao retratá-la. Se prende apenas na sua razão por ser famosa – a dança. Não recorre à infância, ao seu lado pessoal e sua família, como muitos outros: o foco é sua vida profissional.
O documentário mistura cenas de conversas com os dançarinos de sua companhia. Traz entrevistas e declarações pessoais como seu primeiro contato com a figura em questão, sua relação pessoal e o testemunho de sua abordagem de trabalho, revelando a grandiosidade da coreógrafa e pessoa. Wenders acompanhou os artistas dentro e fora do teatro, explorando também a cidade de Wuppertal, Alemanha, onde Pina viveu por 35 anos.
O filme conta, além disso, com muitas cenas de suas performances, que vão de espetáculos com audiências gigantes até produções de danças intimistas, todos com muita força e magnetismo. Ficou claro que Pina se aprofundava no conhecimento de quem eram seus dançarinos: contava suas histórias e experiências através da peça que dançavam -esta sendo produzida, portanto, de forma coletiva. Temas como o masculino e o feminino e as relações humanas, expressadas em ritmos e gestos repetidos são de grande peso em seu trabalho, inspirando inclusive o diretor Pedro Almadóvar no filme “Fale com ela”.
Foi muito feliz a proposta do diretor que, começou seu projeto documental em 2009, mesmo ano que a coreógrafa faleceu. Com 68 anos, o ocorrido teria sido concretizado pouco depois das gravações. Wim Wenders continuou, no entanto, viabilizando o precioso filme que ousou até na forma de ser lançado, ano de 2011, em 3D no cinema. Considera-se algo muito pouco usual em produções voltadas para o público de arte.
Foi indicado ao Oscar de melhor documentário e recebeu premiações europeias e alemãs em 2011.
É, de fato, muito cativante, rico de conteúdo e filmagem – para quem não viu, fica aí a sugestão!
